Sonho ou objetivo: como você chama as suas metas?

Sonho ou objetivo: como você chama as suas metas?

A diferença entre “morar sozinho um dia” e “morar sozinho daqui um ano” não é só gramatical: entenda a técnica que ensina a dar nome e prazo para os planos – e por que ela pode ser eficaz.

Em 2015, o SPC Brasil, serviço de proteção ao crédito, realizou uma pesquisa  sobre sonhos de consumo. O que os brasileiros sonhavam em comprar? E como estavam se planejando para isso? O resultado mostrou que sete em cada 10 sonhos ainda não haviam sido realizados. Na lista de desejos de consumo não concretizados estavam viagens nacionais e internacionais (35,5% dos entrevistados), itens relacionados à beleza (21,3%) e compra de carro (11,3%).

Muita coisa mudou desde 2015, mas uma parte fundamental do estudo parece permanecer: a dificuldade de fazer essas ideias se tornarem reais. Em agosto de 2019, por exemplo, 7 em cada 10 brasileiros não conseguiram guardar nada do fim do mês.

O principal motivo é bastante claro: para uma parcela significativa da população, o dinheiro que entra todo mês não é suficiente para cobrir as despesas básicas da casa. Reconhecer esse cenário é fundamental para não cair em soluções simplistas de como conseguir guardar.

O outro ponto, no entanto, é a questão da organização – e, nesse sentido, uma série de estudos indica que, sim, existem algumas medidas no dia a dia que podem ajudar quem está em diferentes situações financeiras a conseguir começar um planejamento.

O primeiro passo? Entender que o seu “sonho” não é exatamente um objetivo concreto.

Qual a diferença entre “sonhos” e objetivos?

Quando se trata de futuro, muita gente acaba falando em sonhos e objetivos como sinônimos. Mas não é bem assim.

Segundo o dicionário:

Sonho é: a ação ou efeito de sonhar, de reunir no pensamento, na mente, imagens, ideias que aparecem no decorrer do sono. Anseio ou vontade permanente, viva e constante.

Objetivo é: o que se pretende alcançar, realizar ou obter; propósito, meta, alvo.

Na prática, é possível dizer que a principal diferença entre eles é: objetivo é algo que te faz agir. Enquanto sonho é aquilo que você pensa ou imagina – é algo quase impalpável, pouco concreto. Talvez você até saiba dar um nome para ele, porém, nem sempre tem clareza de como ou quando irá alcançá-lo.

O planejamento é o que transforma uma ideia, um “sonho”, em algo objetivo.

Como traçar um plano para seus “sonhos”?

Um objetivo, diferentemente de um “sonho”, precisa ser minimamente possível. Por isso, o primeiro passo é saber onde você quer chegar – ou seja, estabelecer metas e, de preferência, dar um nome a elas.

Por exemplo: “Viajar” é vago. “Viajar daqui 2 anos” ou “morar sozinho daqui 1 ano”, não.

Aqui, é importante ressaltar que existem questões econômicas e sociais que limitam bastante as possibilidades de cada um (o que é, de fato, possível dado o ponto de partida). Ou seja,a trajetória e as escolhas variam de pessoa para pessoa.

Uma boa estratégia que pode ser ajustada a essas diferentes realidades é a técnica das metas SMART, que auxilia na hora de definir caminhos mais diretos.

Espera aí… o que são metas SMART?

As metas SMART são metas estabelecidas com cinco critérios claros em mente. A inicial de cada um deles, em inglês, forma a sigla SMART:

    S de specific ( específico): Uma meta deve ser o mais específica possível. A ideia é tentar responder algumas perguntas (o que deseja alcançar? Por que? Quem está envolvido para atingir a meta?) para chegar em um objetivo específico e ser direto;

    M de measurable ( mensurável): Acompanhar o quão próximo você está de atingir sua meta é importante para saber o que ou quanto falta para isso. Por isso, uma meta deve ter indicadores que mostram o quanto você tem avançado ou não para chegar em seu objetivo;

    A de attainable ( atingível): Isso significa que ao definir a meta, ela deve ser alcançável e pé no chão. Por exemplo: sabendo que você só consegue guardar até 5% de sua renda por mês, não é muito viável estabelecer que você deve guardar 20% do seu salário;

    R de relevant ( relevante): Este critério consiste em entender qual o impacto desta meta em sua vida, negócio ou outra área. Quanto mais relevante, maior a motivação para trabalhar até atingi-la e mais prioridade ela terá em relação a outros objetivos;

    T de time based (prazo): É o tempo estabelecido para que ela seja alcançada. Podem ser semanas, meses ou anos, o que for mais adequado. Essa data limite e linha do tempo devem ser definidos também para poder avaliar o progresso ao longo do tempo junto de seus esforços.

Por exemplo: “pagar uma dívida de R$200” é um objetivo específico (S) e fácil de ser medido (M). Ele pode ser atingido (A) e é bastante relevante para a sua organização (R), mas provavelmente quitar esse valor depende do prazo que você estabelecer (T). Um mês pode ser pouco e irreal, dependendo da sua renda e obrigações financeiras.

“Quitar uma dívida de R$200 até o final do ano”, por exemplo, pode ser uma meta real e atingível, que exige esforço mas pode ser realizada com algum planejamento de curto, médio ou longo prazo.

O que a ciência diz sobre estabelecer metas?

De acordo com um estudo feito pela Universidade Dominicana da Califórnia, pessoas que estabeleceram metas e, ainda, estratégias reais para alcançá-las seguiram um modelo específico que gerou melhores resultados. O grupo:

Se comprometeu com a ação:  Em vez de apenas pensar sobre e demonstrar desejo de alcançar um objetivo, essas pessoas escreveram no papel a meta e os passos para alcançá-la, como uma maneira de se comprometerem com a ação.

Prestou conta à outra pessoa: Além de seguir o planejamento escrito, o grupo teve que enviá-lo à outra pessoa. O fato de “prestar contas” à alguém fez com que eles se sentissem mais responsáveis e determinados a atingir tais metas.

Fez atualizações regulares: Esse grupo precisava atualizar seu amigo ou responsável semanalmente, o que os mantinha concentrados na trajetória e também no progresso.

Em resumo, a pesquisa mostra que, ao seguir essa metodologia, as pessoas tiveram mais responsabilidade e comprometimento com relação aos seus objetivos.

Mas vale dizer que a ideia de “prestar contas à uma outra pessoa” não quer dizer contar seus planos para todo mundo.

Uma outra pesquisa da NYU (University of new York), liderada por Peter Gollwitzer, realizada com estudantes de uma faculdade alemã, mostra que os alunos que compartilharam suas intenções, tendiam a agir menos com relação aos demais, cujas metas eram desconhecidas.

Por que tornar seus objetivos públicos pode ser uma má ideia?

Segundo a pesquisa citada acima, foi possível concluir que: dizer às pessoas o que você deseja alcançar cria uma sensação prematura de plenitude. Esse sentimento pode levar, inclusive, à falta de motivação.

Já quando você escreve sobre suas intenções, há um “espaço vazio” entre onde você está e onde quer chegar. E, por isso, você se sente mais entusiasmado para conquistar seus objetivos.

Fonte: Fala Nubank

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