Na construção de uma aposentadoria segura e compatível com o padrão de vida de cada participante, um fator essencial entra em cena: a proporcionalidade entre a remuneração atual e o valor das contribuições. Por isso, quando ocorre um reajuste salarial, é natural — e necessário — que o valor da contribuição ao plano de previdência complementar também acompanhe essa evolução.
Essa dinâmica faz parte da lógica que sustenta os planos oferecidos pela Ceres: garantir que o benefício futuro esteja alinhado ao seu momento de vida profissional.
Funcionamento da previdência complementar
O INSS estabelece um teto para pagamento dos benefícios previdenciários. Isso significa que, independentemente do valor da sua remuneração, existe um limite máximo de quanto será pago pela previdência pública. Atualmente, esse teto é de R$ 8.157,41.
Para quem possui uma remuneração superior a esse valor, é a previdência complementar que entra em cena, preenchendo a diferença entre o salário atual e o valor que será efetivamente recebido do INSS. Assim, quanto maior for essa diferença, maior será a necessidade de contribuição para garantir um benefício compatível no futuro.
A lógica é simples: o plano se adapta à sua realidade profissional, refletindo o compromisso da Ceres com o equilíbrio atuarial e com a continuidade da sua qualidade de vida após a aposentadoria.
O que é o Valor de Referência (VR) e por que ele é importante?
Além do salário, outro elemento influencia o valor da contribuição: o Valor de Referência (VR). Esse parâmetro define o teto salarial sobre o qual incidem as contribuições ao plano de previdência e é atualizado anualmente com base na variação do INPC.
Criado em 2003, o VR foi pensado para tornar os planos mais sustentáveis no longo prazo, ao desvincular o teto de contribuição da Ceres do teto do INSS. A medida foi adotada com base em estudos técnicos que apontaram riscos de desequilíbrio nos planos caso essa vinculação permanecesse — o que poderia impactar tanto participantes quanto patrocinadoras.
Com o reajuste anual do VR, o teto de contribuição sobe. Isso significa que os participantes com salários iguais ou superiores ao novo valor passam a contribuir um pouco mais. No entanto, esse ajuste representa uma contribuição adicional para uma aposentadoria mais robusta e estável.
Já os participantes com remuneração inferior ao VR não têm alterações no valor da contribuição.
O que muda com o reajuste?
No dia 1º de junho de 2025, a Ceres reajustou o Valor de Referência em 5,31%, conforme estipulado no regulamento dos planos. O índice corresponde à variação acumulada do INPC entre maio de 2024 e abril de 2025.
Esse reajuste fortalece o compromisso da fundação com a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial dos planos, ao mesmo tempo em que preserva os direitos e expectativas dos participantes quanto ao benefício futuro.
Mas, afinal, o que isso significa para você?
O salário de participação é o salário sobre o qual incidem as contribuições para o plano. Pelo Regulamento, esse valor é limitado a 3 vezes o Valor de Referência.
Exemplos práticos
Participantes dos planos Embrapa-FlexCeres, Epagri-FlexCeres, Epamig-FlexCeres, Ceres-FlexCeres e Cidasc-FlexCeres que ganham acima do teto:
- O VR atual é de R$ 6.221,30.
- Um participante tem uma remuneração mensal de R$ 25.000.
Passo 1: Calcular o teto
- O teto do salário de participação = 3 x VR = 3 x R$ 6.221,30 = R$ 18.663,90.
Passo 2: Comparar com o salário real
- Como a remuneração do participante (R$ 25.000,00) excede o teto (R$ R$ 18.663,90), o salário de participação será limitado ao teto.
Resultado:
- O Salário de Participação será R$R$ 18.663,90 e não R$ 25.000,00.
- As contribuições do participante e do patrocinador para o plano serão calculadas com base neste valor de R$ R$ 18.663,90.
Para participantes desses planos que ganham abaixo do teto:
- O VR atual é de R$ 6.221,30.
- Um participante tem uma remuneração mensal de R$ 15.000,00
Passo 1: Calcular o teto
- O teto do salário de participação = 3 x VR = 3 x R$ 6.221,30 = R$ 18.663,90.
Passo 2: Comparar com o salário real
- Como a remuneração do participante (R$ 15.000,00) não excede o teto (R$ R$ 18.663,90), o salário de participação será de R$15.000,00
Resultado:
- O Salário de Participação será R$ 15.000,00 e não R$ 18.663,90
- As contribuições do participante e do patrocinador para o plano serão calculadas com base neste valor de R$ R$ 15.000,00.
Já para os participantes do plano Emater-FlexCeres que ganham acima do teto, a conta será a seguinte:
Exemplo – Participantes do plano Emater-FlexCeres que ganham acima do teto:
- O VR atual é de R$ 8.004,21,
- Um participante tem uma remuneração mensal de R$ 25.000.
Passo 1: Calcular o teto
- O teto do salário de participação = 3 x VR = 3 x R$ 8.004,21 = R$ 24.012,63.
Passo 2: Comparar com o salário real
- Como a remuneração do participante (R$ 25.000,00) excede o teto (R$ R$ 24.012,63), o salário de participação será limitado ao teto.
Resultado:
- O Salário de Participação será R$ 24.012,63 e não R$ 25.000,00.
- As contribuições do participante e do patrocinador para o plano serão calculadas com base neste valor de R$ 24.012,63.
Participantes do plano Emater-FlexCeres que ganham abaixo do teto:
- O VR atual é de R$ 8.004,21.
- Um participante tem uma remuneração mensal de R$ 15.000,00.
Passo 1: Calcular o teto
- O teto do salário de participação = 3 x VR = 3 x R$ 8.004,21 = R$ 24.012,63.
Passo 2: Comparar com o salário real
- Como a remuneração do participante (R$ 15.000,00) não excede o teto (R$ R$ 24.012,63.), o salário de participação será de R$15.000,00
Resultado:
- O Salário de Participação será R$ 15.000,00 e não R$ 24.012,63.
- As contribuições do participante e do patrocinador para o plano serão calculadas com base neste valor de R$ R$ 15.000,00.
Reajuste do VR X Aumento do valor da contribuição
A contribuição para o plano é um percentual que incide sobre o valor do seu salário de participação. Se o valor do salário de participação aumenta, é natural que o valor da sua contribuição aumente. O percentual da contribuição não mudou, mas será aplicado sobre um valor maior.
Para os participantes cujo salário é inferior ao teto nada muda, porque o salário não muda, ou seja, a contribuição continuará sendo aplicado sobre o mesmo valor de salário.
Meta estimada de aposentadoria programada plena
A meta de aposentadoria programada plena é calculada no momento da adesão ao plano. A meta é igual ao salário de participação menos o VR.
Esse cálculo serve para definir qual será o benefício o valor ideal para manter um padrão de vida de na aposentadoria. É com base nisso que se define quanto será necessário contribuir para o plano.
Benefícios de risco
Para benefícios como aposentadoria por invalidez e auxílio-doença , o VR aparece como valor mínimo ou como limitador no cálculo do benefício.
Exemplo: o benefício é limitado à diferença entre o Salário-Real-de-Benefício e o VR ou, no mínimo, a 20% do VR.
Assim, quando o VR é reajustado, os valores mínimos e máximos dos benefícios de risco também são alterados.
Um olhar de longo prazo
A contribuição adicional gerada por um aumento salarial ou pela atualização do Valor de Referência deve ser vista sob uma perspectiva de longo prazo: trata-se de um investimento contínuo na construção de uma aposentadoria sólida e alinhada ao estilo de vida desejado.
Na Ceres, cada medida técnica, como o reajuste do VR, é adotada com base em critérios atuariais rigorosos, sempre com o foco em garantir segurança, previsibilidade e confiança para todos os participantes.
No nosso Instagram, publicamos também um vídeo sobre o assunto. Clique aqui para assistir.
Em caso de dúvidas, os canais de atendimento da Ceres estão à disposição para orientações personalizadas sobre o impacto desses reajustes na sua contribuição e no seu benefício futuro.
