Você já ouviu falar em geração sanduíche? Talvez faça parte dela, mas não a conheça pelo termo. Ainda assim, pode ser que na prática, você enfrente os desafios duplos tão característicos dessa geração. Mas vamos explicar do que se trata!

A expressão “geração sanduíche” é utilizada para descrever uma geração de adultos que são responsáveis por cuidar tanto dos filhos quanto dos pais idosos. Ou seja, é uma geração que precisa assumir duplas responsabilidades e seus muitos desafios. 

É cada vez mais comum encontrar pessoas que se enquadram nesse grupo. Isso acontece em razão do envelhecimento da população. Ou seja, as pessoas vivem cada vez mais e começam a precisar de cuidados. Ao mesmo tempo, tem-se filhos cada vez mais tarde, o que, em determinada fase da vida, acaba fazendo com que os adultos tenham mais chances de cuidar de pais, sogros ou idosos próximos em paralelo com o cuidado dedicado a crianças e adolescentes. 

Geração sanduíche é sobrecarregada por demandas

É natural que em meio a tantas responsabilidades, a geração sanduíche se sinta sobrecarregada em muitos momentos. Isso porque é preciso sacrificar o próprio tempo para cuidar de duas gerações. E isso também pode ser muito custoso caso não tenha havido um preparo relacionado à Longevidade Financeira. 

No caso de Ana, 41, os cuidados precisam ser divididos entre o filho, que tem três anos, e a sogra, que tem 84 e começou a desenvolver Alzheimer. “Ela me ajudou muito quando ele nasceu, mas agora começou a esquecer as coisas e, muitas vezes, é como se tivesse duas crianças em casa, pois preciso lembrar de conferir se ela tomou os medicamentos e até se já almoçou ou jantou”, conta.

Apoio é fundamental

Neste cenário que tanto exige, é fundamental que quem está no papel de cuidador receba e possa dividir as responsabilidades com a família. No caso de Ana, ela divide as demandas com a cunhada e consegue equilibrar um pouco melhor os desafios. 

A grande questão é que, cada vez mais, as famílias ficam menores, e há menos pessoas que podem dividir as responsabilidades. Com isso, contar com ajuda especializada e apoio de políticas públicas acaba sendo ainda mais necessário.

No Brasil, de acordo com o IBGE, a maior parte da geração sanduíche é formada por mulheres. Elas dedicam, em média, 10,4 horas por semana a mais do que os homens para tarefas da casa e cuidados com pessoas sem receber remuneração alguma por isso. 

Nos Estados Unidos, um estudo da Universidade de Michigan mostrou que 36% dos mil entrevistados da “geração sanduíche” haviam alegado problemas financeiros. O percentual é o dobro do relatado por pessoas que cuidavam apenas de uma geração (um pai ou mãe idoso ou uma criança apenas).

A necessidade de cuidar também traz impactos físicos e emocionais, por isso buscar ajuda entre famílias e amigos e contar com suporte profissional, como apoio psicológico, pode ser essencial em muitos momentos!  

Dicas para lidar melhor com a sobrecarga no cuidar:

• Busque apoio na família e divida o máximo de demandas possíveis;
• Converse com profissionais de saúde, como médicos, psicólogos e assistentes sociais. Eles podem oferecer orientações e conselhos;
• Busque a ajuda de profissionais, como cuidadores, se houver possibilidade financeira, mesmo que em alguns momentos ou dias da semana;
• Conecte-se a grupos de apoio. Eles ajudam a compartilhar experiências e podem ser um suporte importante. 
• Pesquise programas do governo e recursos locais;
• Não esquece de cuidar de si mesmo da forma que for possível. Se não estiver conseguindo, busque suporte psicológico para saber melhor como lidar com a sobrecarga.

Fonte: Instituto de Longevidade- MAG