Como financiar a reforma de imóveis

Como financiar a reforma de imóveis

Conheça as opções disponíveis e descubra quando vale a pena contratar um empréstimo para renovar a casa

Reformar a casa para transformá-la no espaço de seus sonhos, embora muito desejado, pode ser bastante caro. Além do planejamento, fundamental para evitar gastos além do orçamento, existem opções de crédito disponíveis para essa finalidade. A seguir, você conhece as principais modalidades disponíveis, entende como elas funcionam e descobre quando vale a pena contratá-las.

Razões para reformar e imprevistos que podem surgir

De acordo com o Censo de Moradia Quinto Andar, 7 em cada 10 brasileiros elegem a casa como o lugar preferido de suas vidas. Para aumentar o conforto e a satisfação com suas casas, 51% já fizeram alguma reforma. As melhorias mais desejadas são a instalação de equipamentos que podem gerar economia, como painéis de energia solar e cisternas. Em seguida vêm itens de segurança, como câmeras e alarmes, e em terceiro lugar a incorporação de itens de lazer, como churrasqueiras e piscinas.

A reforma do imóvel pode ser motivada por vários fatores: preparar o espaço para a chegada de filhos ou adequá-lo a pais idosos ou com deficiência; renovar a estrutura para reduzir riscos ou aumentar o valor de venda do imóvel no mercado; aproveitar oportunidades de comprar um imóvel mais barato, mas que precisa de melhorias; renovar os acabamentos para acompanhar as tendências de decoração, entre outros. 

Independentemente do motivo, o primeiro passo para uma reforma bem-sucedida é fazer um projeto e preparar um orçamento detalhado para planejar muito bem os custos dessa empreitada. Em geral, depois de fazer uma estimativa, as famílias costumam separar uma quantia para investir nas melhorias desejadas. 

Entretanto, mesmo com planejamento, só quem já passou por uma reforma sabe o quanto é difícil estimar com precisão os gastos do projeto. É comum que, no meio do caminho, surjam imprevistos, como a necessidade de reforçar uma laje para aguentar o peso de um andar superior, ou impermeabilizar as paredes para reduzir a umidade, entre outras medidas. Além disso, novas ideias podem aparecer durante o projeto, levando a custos inesperados.

É possível financiar uma reforma?

Sim! Quando a família percebe que não há recurso disponível para iniciar ou adaptar o projeto, é possível contar com alguns créditos no mercado específicos para reforma. Apresentamos as principais opções a seguir, por ordem crescente de custo, ou seja, da alternativa mais barata à mais cara em termos de juros e taxas.

Principais tipos de créditos disponíveis para reformar seu imóvel

1. O consórcio para reformar

Muita gente não sabe, mas é possível contratar um consórcio para reforma de casas e apartamentos, dentro da modalidade de serviços. Funciona assim: um grupo de pessoas se reúne para dividir o valor predefinido de carta de crédito e mensalmente, são realizados sorteios ou ofertas de lances para a contemplação deste valor. 

Os consorciados, contemplados ou não, continuam pagando as parcelas até que todos os participantes do grupo sejam contemplados. Ao final do período, se houver saldo positivo no grupo, o dinheiro é repartido entre todos.

Em linhas gerais, o prazo de um consórcio de serviços pode ir até 30 meses, podendo variar de acordo com o contrato. Após ser contemplado, o cotista deverá apresentar uma série de comprovantes para ter acesso ao contrato de execução de obras, como por exemplo, um cronograma de todos os processos da obra assinado pelo engenheiro responsável. O crédito será liberado conforme o avanço de cada etapa da reforma. 

As fases do projeto devem ser reportadas à administradora do consórcio e devem ser apresentados recibos da compra de materiais para a liberação dos créditos.

| “o consórcio é o tipo de crédito ideal para quem não tem urgência para reformar…”

Esse tipo de crédito pode ser interessante para quem não tem urgência para realizar suas reformas e deseja contar com parcelas mais acessíveis, já que essa modalidade não tem juros, nem entrada. Os custos do consórcio são a taxa de administração, e, em alguns casos, fundo de reserva e seguro.

Além da demora na contemplação para quem não tem dinheiro para ofertar lances, essa modalidade também apresenta outros riscos, como a inadimplência dos integrantes do grupo e a inflação ou aumento na taxa de câmbio. 

Se houver inadimplência, ou seja, quando alguns participantes deixam de pagar as mensalidades, o fundo de reserva pode ser uma alternativa para usar na contemplação quando o fundo comum for comprometido.

Atenção com a inflação e taxa de câmbio ao contratar um consórcio…

Aumentos na inflação ou taxa de câmbio podem afetar o preço dos insumos e serviços que compõem o projeto, nesse caso, a carta de crédito precisará ser reajustada, para garantir o poder de compra do consorciado no momento da contemplação. Isso pode afetar o preço das mensalidades, dificultando a continuidade dos pagamentos. 

Outro ponto a ser observado é a gestão do grupo, realizada por uma administradora. Caso aconteça uma gestão inadequada, o consorciado que está em dia com as parcelas pode ser afetado. Por isso, antes de aderir a um consórcio, pesquise com cuidado sobre a administradora escolhida, verificando o registro junto ao Banco Central do Brasil, órgão fiscalizador de todas as administradoras de consórcio. Leia as cláusulas do contrato, confira seus direitos e deveres, prazos e valores para saldar o débito e tome uma decisão consciente.

2. Financiamento para reformar seu imóvel

Esse é um modelo de crédito em que o banco aliena o bem como garantia, para o caso de não pagamento das parcelas. No caso de construção, é possível ofertar o terreno como garantia, e para reformas, o próprio imóvel ou um veículo quitado pode ser utilizado com essa função. A vantagem dessa modalidade de crédito é obter taxas de juros mais baratas, já que existe uma garantia real envolvida no caso da inadimplência.

Assim como no consórcio, o banco avalia as fases da construção e libera o dinheiro a cada fase, porém não há necessidade de esperar um sorteio ou lance, como acontece no consórcio. Outro benefício é o prazo mais longo do que um empréstimo comum, que permite diluir as prestações em até 20 anos. Por outro lado, pode ser arriscado para o consumidor perder o bem se não houver pagamento das parcelas.

Assim, é fundamental entender o impacto financeiro da parcela no orçamento e garantir que será possível arcar com esse compromisso até o final para não colocar em risco o próprio patrimônio. Por isso, é importante definir um plano “b”, como redução de outros gastos ou um plano para gerar renda extra, caso ocorra algum imprevisto ao longo do caminho. 

3. Empréstimo consignado

Para quem é CLT, servidor público, aposentado ou pensionista pelo INSS e não possui ou não deseja ofertar um bem como garantia, o crédito consignado pode ser uma boa opção para conseguir dinheiro para a tão sonhada reforma. 

Nessa modalidade de empréstimo, a garantia é o próprio salário ou benefício previdenciário, o que reduz significativamente o risco de inadimplência para o banco, por isso a taxa de juros é mais baixa do que em um empréstimo comum. 

Outro ponto positivo é o prazo longo de pagamento, pois o empréstimo consignado pode chegar a até 96 meses para servidores públicos e funcionários das forças armadas, 72 meses para aposentados e pensionistas e prazos variados para funcionários contratados sob o regime CLT.

Além disso, nesse tipo de crédito, não há o risco de perder o bem no caso de inadimplência, pois a garantia é o vínculo empregatício ou o benefício recebido mensalmente.

As parcelas são debitadas diretamente da folha de pagamento ou do benefício, por isso é fundamental fazer um planejamento financeiro antes de assumir esse compromisso, para evitar que a redução na renda mensal gere a necessidade de tomar créditos mais caros, como o cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito.

4. Crédito pessoal

O empréstimo pessoal oferecido por financeiras ou bancos também é uma opção para comprar materiais ou contratar serviços de reforma, assim como para qualquer outra finalidade. Por não haver garantias nem atrelar as parcelas à renda do indivíduo, essa modalidade costuma ter taxas de juros mais altas que as anteriores, já que aumenta o risco de inadimplência para a instituição que emprestou o dinheiro.

É uma alternativa válida quando as outras opções não estão disponíveis, ou seja, não há tempo para esperar por sorteios, não há bens quitados para oferecer como garantia, vínculos empregatícios ou outros tipos de garantia de pagamento. 

Reformar sua casa sem dor de cabeça

Se você quer reduzir as chances de contratempos na hora de fazer a reforma em seu imóvel, fique atento a algumas dicas.

Invista no projeto da reforma

Pense sobre o que deseja realizar nesse momento e faça um projeto que atenda sua necessidade, veja se é possível contratar um profissional da área para lhe auxiliar nessa etapa, dessa forma terá menos surpresas durante a obra.

Divida a obra em etapas

Seja paciente e não queira fazer tudo de uma vez, priorize as obras mais importantes e vá reformando aos poucos, na medida do seu bolso, sem precipitações. Pesquise preços, faça cotações, vá comprando materiais e, passo a passo, transforme o imóvel dos seus sonhos.

Poupe antes de tomar crédito

Sempre que possível, procure poupar uma quantia para fazer sua reforma sem a necessidade de tomar crédito. Lembre-se: com dinheiro à vista, é mais fácil conseguir uma boa negociação, tanto no material quanto na mão de obra.

Planeje os gastos

Faça um orçamento e coloque as contas e previsões de gastos no papel para minimizar os riscos de despesas inesperadas. Pesquise preços e procure a melhor negociação possível para reduzir os custos da obra.

Use o crédito com consciência

Se precisar tomar crédito para realizar ou complementar a reforma, faça isso com consciência e planejamento, evitando os impactos da inadimplência no seu bolso.

Fonte: Meu Bolso em Dia / Febraban

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